quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Romantismo

“Romantismo” provém dos romances medievais, narrativas fantasiosas, muito difundidas entre as pessoas do povo, que continham três ingredientes básicos: amor, aventura, heroísmo.

O Romantismo surgiu, quase que ao mesmo tempo, na Alemanha e na Inglaterra.



Na Alemanha surgiu com a publicação do romance Werther, de Goethe (Johann Wolfang Goethe), em 1774.


Já na Inglaterra ocorre nos primeiros anos do século XIX, com a poesia de Lord Byron e pelos romances históricos de Walter Scott.


Na França temos a influência da poesia rebelde, social e declamatória de Victor Hugo.


Almeida Garret lança Camões, em 1825 em Portugal.


No Brasil temos a data de 1836, com Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães. O Romantismo brasileiro iniciou-se pela poesia. Só em 1843, surgiu o primeiro romance romântico.


Os movimentos históricos foram a Revolução Francesa, na França, e a Independência, no Brasil.

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO ROMANTISMO
SUBJETIVISMO
IMAGINAÇÃO CRIADORA
EXAGERO
DESEJO DE MORTE

Agora vamos lá, temos que ler e encontrar estas características nas obras literárias e nas poesias.Vamos colocar cada uma poesia dos autores românticos, não vamos repetir. Bom trabalho!
Olá pessoal!
Foram 51 postagens, vejo que vocês leram muito!
Parabéns!!!

56 comentários:

  1. Seremos ainda românticos
    e entraremos na densa mata,
    em busca de flores de prata,
    de aéreos, invisíveis cânticos.

    Nas pedras, à sombra, sentados,
    respiraremos a frescura
    dos verdes reinos encantados
    das lianas e da fonte pura.

    E tão românticos seremos,
    de tão magoado romantismo,
    que as folhas dos galhos supremos
    que se desprenderem do abismo

    pousarão na nossa memória
    - secas borboletas caídas -
    e choraremos sua história,
    resumo de todas as vidas.


    Poema de Cecilia Meireles !

    Elias Da Silva Boddy , 2ª A

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  2. Talvez

    Talvez eu devesse ficar...
    Talvez eu devesse lutar...
    Talvez eu devesse te amar...mais do eu que te amei.

    Talvez eu devesse insistir...
    Talvez eu devesse não ir...
    Talvez eu devesse tentar... fazer você me amar.

    Talvez eu devesse chorar...
    Talvez eu devesse sangrar...
    Talvez eu devesse rasgar... o meu peito em dor.

    Talvez eu devesse entender...
    Talvez eu devesse esquecer...
    Talvez eu devesse aceitar...você não me amar.

    Talvez eu devesse sorrir...
    Talvez eu devesse mentir...
    Talvez eu devesse dizer...você não é meu querer.

    Talvez eu devesse pedir...
    Talvez eu devesse gritar...
    Talvez eu devesse implorar... não me deixe aqui.

    Talvez eu devesse matar...
    Talvez eu devesse roubar...
    Talvez eu devesse morrer... só assim... pra você entender.
    Talvez eu devesse...
    Talvez...

    Autor: Silvia Munhoz


    ODELIR RAINE 2°A

    TA AI QUERIDA PROFESSORA

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  3. Arrombando teu Coração

    Palavras que transmitam sorrisos
    Olhar que irradie calor
    Como o teu. Suspiros de amor
    Ah, é disso que mais preciso

    Para vibrar
    Sair de mim
    Despertar para a vida, enfim
    Para amar.

    Ir ao encontro do amanhecer pelas ruas
    Apagando a noite, tropeçando na lua
    Mais feliz do que pássaro em liberdade

    Libertar o amor da prisão, do isolamento
    Arrombar o teu coração, trancando-o por dentro
    Viver contigo ignorando tristeza, solidão e saudade

    Autor: Walter Pereira Pimentel

    ALEX PRECZENAS 2°A

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  4. Sorri

    Sorri,
    Quando a dor te torturar
    e a saudade atormentar
    os dias tristonhos, vazios

    Sorri,


    anderson schulte
    Quando tudo terminar
    quando nada mais restar
    do teu sonho encantador

    Sorri,
    Quando o sol perder a luz
    e sentires uma cruz
    nos teus ombros cansados, doidos

    Sorri,
    vai mentindo a tua dor
    e a notar que tu sorris
    todo mundo ira supor
    que es feliz...

    (Charles Chaplin

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  5. Sorri

    Sorri,
    Quando a dor te torturar
    e a saudade atormentar
    os dias tristonhos, vazios

    Sorri,
    Quando tudo terminar
    quando nada mais restar
    do teu sonho encantador

    Sorri,
    Quando o sol perder a luz
    e sentires uma cruz
    nos teus ombros cansados, doidos

    Sorri,
    vai mentindo a tua dor
    e a notar que tu sorris
    todo mundo ira supor
    que es feliz...

    (Charles Chaplin

    anderson schulte2°A

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Destino

    Quem disse à estrela o caminho
    Que ela há-de seguir no céu?
    A fabricar o seu ninho
    Como é que a ave aprendeu?
    Quem diz à planta -"Floresce!"-
    E ao mudo verme que tece
    Sua mortalha de seda
    Os fios quem lhos enreda?

    Ensinou alguém à abelha
    Que no prado anda a zumbir
    Se à flor branca ou à vermelha
    O seu mel há-de ir pedir?

    Que eras tu meu ser, querida,
    Teus olhos a minha vida,
    Teu amor todo o meu bem...
    Ai! não mo disse ninguém.
    Como a abelha corre ao prado,
    Como no céu gira a estrela,
    Como a todo o ente o seu fado
    Por instinto se revela,
    Eu no teu seio divino
    Vim cumprir o meu destino...
    Vim, que em ti só sei viver,
    Só por ti posso morrer.

    Autor: Almeida Garrett


    (site: http://www.mundocultural.com.br/index.asp?url=http://www.mundocultural.com.br/literatura1/romantismo/garret.htm )

    Laiane Pereira 2°B

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  9. Seus Olhos

    Seus olhos - eu sei pintar
    O que meus olhos cegou -
    Não tinham luz de brilhar,
    Era chama de queimar;
    Eo fogo que a ateou
    Viva, eterno, divino,
    Como facho do Destinoo.

    Divino, eterno! - e suave
    Ao mesmo tempo: mas grave
    E de tão fatal poder,
    Que, um só momento que a vi,
    Queimar toda alma senti...
    Nem ficou maisde meu ser,
    Senão a cinza em que ardi.

    Autor: Alemida Garret

    http://www.revista.agulha.nom.br/agarret09.hmtl

    Aluna: Bruna Mendes Vasconcelos 2ºB

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  10. Não te Amo

    Não te amo, quero-te: o amar vem d’alma.
    E eu n’alma - tenho a calma,
    A calma - do jazigo.
    Ai! não te amo, não.

    Não te amo, quero-te: o amor é vida.
    E a vida - nem sentida
    A trago eu já comigo.
    Ai, não te amo, não!

    Ai! não te amo, não; e só te quero
    De um querer bruto e fero
    Que o sangue me devora,
    Não chega ao coração.

    Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
    Quem ama a aziaga estrela
    Que lhe luz na má hora
    Da sua perdição?

    E quero-te, e não te amo, que é forçado,
    De mau, feitiço azado
    Este indigno furor.
    Mas oh! não te amo, não.

    E infame sou, porque te quero; e tanto
    Que de mim tenho espanto,
    De ti medo e terror...
    Mas amar!... não te amo, não.


    Autor: Almeida Garret

    Aluna: Luciane Turczen Flizicoski 2°A

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  11. Os Cinco Sentidos

    São belas - bem o sei, essas estrelas,
    Mil cores - divinais têm essas flores;
    Mas eu não tenho, amor, olhos para elas:
    Em toda a natureza
    Não vejo outra beleza
    Senão a ti - a ti!

    Divina - ai! sim, será a voz que afina
    Saudosa - na ramagem densa, umbrosa.
    será; mas eu do rouxinol que trina
    Não oiço a melodia,
    Nem sinto outra harmonia
    Senão a ti - a ti!

    Respira - n'aura que entre as flores gira,
    Celeste - incenso de perfume agreste,
    Sei... não sinto: minha alma não aspira,
    Não percebe, não toma
    Senão o doce aroma
    Que vem de ti - de ti!

    Formosos - são os pomos saborosos,
    É um mimo - de néctar o racimo:
    E eu tenho fome e sede... sequiosos,
    Famintos meus desejos
    Estão... mas é de beijos,
    É só de ti - de ti!

    Macia - deve a relva luzidia
    Do leito - ser por certo em que me deito.
    Mas quem, ao pé de ti, quem poderia
    Sentir outras carícias,
    Tocar noutras delícias
    Senão em ti! - em ti!

    A ti! ai, a ti só os meus sentidos
    Todos num confundidos,
    Sentem, ouvem, respiram;
    Em ti, por ti deliram.
    Em ti a minha sorte,
    A minha vida em ti;
    E quando venha a morte,
    Será morrer por ti.

    Autor:Almeida Garrett

    Aluno: Anderson Schulte 2°A

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  12. Estes Sítios !

    Olha bem estes sítios queridos,
    Vê-os bem neste olhar derradeiro...
    Ai! o negro dos montes erguidos,
    Ai! o verde do triste pinheiro!
    Que saudades que deles teremos...
    Que saudade; ai, amor, que saudade!
    Pois não sentes, neste ar que bebemos,
    No acre cheiro da agreste ramagem,
    Estar-se alma a tragar liberdade
    E a crescer de inocência e vigor!
    Oh! aqui, aqui só se engrinalda
    Da pureza da rosa selvagem,
    E contente aqui só vive Amor.
    O ar queimado das salas lhe escalda
    De suas asas o níveo candor,
    E na frente arrugada lhe cresta
    A inocência infantil do pudor.
    E oh! deixar tais delícias como esta!
    E trocar este céu de ventura
    Pelo inferno da escrava cidade!
    Vender alma e razão à impostura,
    Ir saudar a mentira em sua corte,
    Ajoelhar em seu trono à vaidade,
    Ter de rir nas angústias da morte,
    Chamar vida ao terror da verdade...
    Ai! não, não... nossa vida acabou,
    Nossa vida aqui toda ficou.
    Diz-lhe adeus neste olhar derradeiro,
    Diz à sombra dos montes erguidos,
    Di-lo ao verde do triste pinheiro,
    Di-lo a todos os sítios queridos
    Desta rude, feroz soledade,
    Paraíso onde livres vivemos...
    Oh! saudades que dele teremos,
    Que saudade! ai, amor, que saudade!


    Autor:Almeida Garrett
    Site visitado : http://www.revista.agulha.nom.br/agarret.html

    Aluna:Lizziane P. Nascimento 2º B

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  13. "Minha terra tem palmeiras,
    Onde canta o Sabiá;
    As aves, que aqui gorjeiam,
    Não gorjeiam como lá."



    "Por onde quer que fordes de fugida
    Vai o fero Itajuba perseguir-vos
    Por água ou terra, ou campos, ou florestas;
    Tremei!..." Os Timbiras
    "Eu vi o brioso no largo terreiro,
    Cantar prisioneiro
    Seu canto de morte, que nunca esqueci:
    Valente como era, chorou sem ter pejo;
    Parece que o vejo,
    Que o tenho nest'hora diante de mi."

    Autor: Gonçalves Dias
    Site visitado: http://www.graudez.com.br/literatura/romantismopoesia.html


    Aluno: Rafael H. Munhoz 2ªB

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  14. "Minha terra tem palmeiras,
    Onde canta o Sabiá;
    As aves, que aqui gorjeiam,
    Não gorjeiam como lá." Canção do Exílio

    "Eu vi o brioso no largo terreiro,
    Cantar prisioneiro
    Seu canto de morte, que nunca esqueci:
    Valente como era, chorou sem ter pejo;
    Parece que o vejo,
    Que o tenho nest'hora diante de mi." I-Juca Pirama

    "Por onde quer que fordes de fugida
    Vai o fero Itajuba perseguir-vos
    Por água ou terra, ou campos, ou florestas;
    Tremei!..." Os Timbiras


    Gonçalves Dias

    Dirceu dos santos junior 2ºa

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  15. "Eras na vida a pomba predileta
    Que sobre um mar de angústia conduzia
    O ramo da esperança. - Eras a estrela
    Que entre as névoas do inverno cintilava
    Apontando o caminho ao pergueiro."

    Fagundes Varela
    Dirceu dos santos junior 2ºa

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  16. Amor é fogo que arde sem se ver ...

    Amor é fogo que arde sem se ver,
    é ferida que dói, e não se sente;
    é um contentamento descontente,
    é dor que desatina sem doer.

    É um não querer mais que bem querer;
    é um andar solitário entre a gente;
    é nunca contentar-se de contente;
    é um cuidar que ganha em se perder.

    É querer estar preso por vontade;
    é servir a quem vence, o vencedor;
    é ter com quem nos mata, lealdade.

    Mas como causar pode seu favo
    nos corações humanos amizade,
    se tão contrário a si é o mesmo Amor?

    Autor: Luis Vaz de Camões.
    Aluna: Analisa Caroline de Campos. 2º "B"
    Site:http://www.suapesquisa.com/biografias/amor_e_fogo.htm.
    Acessado em 23/08/2009.

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  17. O Anjo Caído

    Era um anjo de Deus
    Que se perdera dos céus
    E terra a terra voava.
    A seta que lhe acertava
    Partira de arco traidor,
    Porque as penas que levava
    Não eram penas de amor.
    O anjo caiu ferido
    E se viu aos pés rendido
    Do tirano caçador.
    De asa morta e sem esplendor
    O triste, peregrinando
    Por estes vales de dor,
    Andou gemendo e chorando.

    Vi-o eu, n anjo dos céus,
    O abandonado de Deus,
    Vi-o, nessa tropelia
    Que o mundo chama alegria,
    Vi-o a taça do prazer
    Pôr ao lábio que tremia
    E só lágrimas beber.

    Ninguém mais na terra o via,
    Era eu só que o conhecia
    Eu que já não posso amar!
    Quem no havia de salvar?
    Eu, que numa sepultura
    Me fora vivo enterrar?
    Loucura! Ai, cega loucura!

    Mas entre os anjos dos céus
    Cantava um anjo ao seu Deus;
    E remi-lo e resgatá-lo,
    Daquela infâmia salvá-lo
    Só força de amor podia.
    Quem desse amor há-de amá-lo,
    Se ninguém o conhecia?

    Eu só, – e eu morto, eu descrido,
    Eu tive o arrojo atrevido
    De amar um anjo sem luz.
    Cravei-a eu nessa cruz
    Minha alma que renascia,
    Que toda em sua alma pus,
    E o meu ser se dividia,

    Porque ela outra alma não tinha,
    Outra alma senão a minha...
    Tarde, ai! tarde o conheci,
    Porque eu o meu ser perdi,
    E ele à vida não volveu...
    Mas da morte que eu morri
    Também o infeliz morreu.

    Autor:Almeida Garrett
    Site visitado : http://www.revista.agulha.nom.br/agarret.html

    Aluna:Brunna Pacheco 2ª"B"

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  18. MEUS OITO ANOS
    Casimiro de Abreu

    Oh que saudades que tenho
    Da aurora da minha vida,
    Da minha infância querida
    Que os anos não trazem mais

    Que amor, que sonhos, que flores,
    Naquelas tardes fagueiras,
    A sombra das bananeiras,
    Debaixo dos laranjais.

    Como são belos os dias
    Do despontar da existência
    Respira a alma inocência,
    Como perfume a flor;

    O mar é lago sereno,
    O céu um manto azulado,
    O mundo um sonho dourado,
    A vida um hino de amor !

    Que auroras, que sol, que vida
    Que noites de melodia,
    Naquela doce alegria,
    Naquele ingênuo folgar

    O céu bordado de estrelas,
    A terra de aromas cheia,
    As ondas beijando a areia
    E a lua beijando o mar !

    Oh dias de minha infância,
    Oh meu céu de primavera !
    Que doce a vida não era
    Nessa risonha manhã

    Em vez das mágoas de agora,
    Eu tinha nessas delicias
    De minha mãe as carícias
    E beijos de minha, irmã !

    Livre filho das montanhas,
    Eu ia bem satisfeito,
    Pés descalços, braços nus,
    Correndo pelas campinas
    A roda das cachoeiras,
    Atrás das asas ligeiras
    Das borboletas azuis!

    Naqueles tempos ditosos
    Ia colher as pitangas,
    Trepava a tirar as mangas
    Brincava beira do mar!

    Rezava as Ave Marias,
    Achava o céu sempre lindo
    Adormecia sorrindo
    E despertava a cantar !

    Oh que saudades que tenho
    Da aurora da minha vida
    Da, minha infância querida
    Que os anos não trazem mais

    Que amor, que sonhos, que flores,
    Naquelas tardes fagueiras,
    A sombra das bananeiras,
    Debaixo dos laranjais!

    Retirado: http://www.cruiser.com.br/jcsj/oito.html

    Aluna: Alessandra Fiuza de Almeida 2º"B"

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  19. Bom profº lá vai *_*

    Rosa e Lírio (Almeida Garret)

    Rosa e Lírio
    A rosa
    É formosa
    Bem sei.
    Porque lhe chamam – flor
    D'amor,
    Não sei.
    A flor,
    Bem de amor
    É o lírio;
    Tem mel no aroma, – dor
    Na cor
    O lírio.

    Se o cheiro
    É fagueiro
    Na rosa;
    Se é de beleza – mor
    Primor
    A rosa:

    No lírio
    O martírio
    Que é meu
    Pintado vejo: – cor
    E ardor
    É o meu.

    A rosa
    É formosa,
    Bem sei...
    E será de outros flor
    D'amor...
    Não sei

    Fonte: www.revista.agulha.nom.br

    http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/almeida-garret/rosa-e-lirio.php

    nome: Jéssica Riélly Katchorovski, 2º B

    bjs,

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  20. NOME: GOZO E DOR

    AUTOR:ALMEIDA GARRETT

    ALUNA:JOSIANE ANDRADE

    Se estou contente, querida,
    Com esta imensa ternura
    De que me enche o teu amor?
    Não. Ai não; falta-me a vida;
    Sucumbe-me a alma à ventura:
    O excesso de gozo é dor.

    Dói-me alma, sim; e a tristeza
    Vaga, inerte e sem motivo,
    No coração me poisou.
    Absorto em tua beleza,
    Não sei se morro ou se vivo,
    Porque a vida me parou.

    É que não há ser bastante
    Para este gozar sem fim
    Que me inunda o coração.
    Tremo dele, e delirante
    Sinto que se exaure em mim
    Ou a vida ou a razão.

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  21. QUANDO EU SONHAVA

    Quando eu sonhava, era assim
    Que nos meus sonhos a via;
    E era assim que me fugia,
    Apenas eu despertava,
    Essa imagem fugidia
    Que nunca pude alcançar.
    Agora, que estou desperto,
    Agora a vejo fixar...
    Para quê? - Quando era vaga,
    Uma ideia, um pensamento,
    Um raio de estrela incerto
    No imenso firmamento,
    Uma quimera, um vão sonho,
    Eu sonhava - mas vivia:
    Prazer não sabia o que era,
    Mas dor, não na conhecia ...
    aluna Josiane Andrade 2°A
    Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'

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  22. AMOR E MEDO

    Quando eu te vejo e me desvio cauto
    Da luz de fogo que te cerca, ó bela,
    Contigo dizes, suspirando amores:
    "Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!"

    Como te enganas! meu amor, é chama
    Que se alimenta no voraz segredo,
    E se te fujo é que te adoro louco...
    És bela — eu moço; tens amor, eu — medo...

    Tenho medo de mim, de ti, de tudo,
    Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes.
    Das folhas secas, do chorar das fontes,
    Das horas longas a correr velozes.

    O véu da noite me atormenta em dores
    A luz da aurora me enternece os seios,
    E ao vento fresco do cair cias tardes,
    Eu me estremece de cruéis receios.

    É que esse vento que na várzea — ao longe,
    Do colmo o fumo caprichoso ondeia,
    Soprando um dia tornaria incêndio
    A chama viva que teu riso ateia!

    Ai! se abrasado crepitasse o cedro,
    Cedendo ao raio que a tormenta envia:
    Diz: — que seria da plantinha humilde,
    Que à sombra dela tão feliz crescia?

    A labareda que se enrosca ao tronco
    Torrara a planta qual queimara o galho
    E a pobre nunca reviver pudera.
    Chovesse embora paternal orvalho!

    Ai! se te visse no calor da sesta,
    A mão tremente no calor das tuas,
    Amarrotado o teu vestido branco,
    Soltos cabelos nas espáduas nuas! ...

    Ai! se eu te visse, Madalena pura,
    Sobre o veludo reclinada a meio,
    Olhos cerrados na volúpia doce,
    Os braços frouxos — palpitante o seio!...

    Ai! se eu te visse em languidez sublime,
    Na face as rosas virginais do pejo,
    Trêmula a fala, a protestar baixinho...
    Vermelha a boca, soluçando um beijo!...

    Diz: — que seria da pureza de anjo,
    Das vestes alvas, do candor das asas?
    Tu te queimaras, a pisar descalça,
    Criança louca — sobre um chão de brasas!

    No fogo vivo eu me abrasara inteiro!
    Ébrio e sedento na fugaz vertigem,
    Vil, machucara com meu dedo impuro
    As pobres flores da grinalda virgem!

    Vampiro infame, eu sorveria em beijos
    Toda a inocência que teu lábio encerra,
    E tu serias no lascivo abraço,
    Anjo enlodado nos pauis da terra.

    Depois... desperta no febril delírio,
    — Olhos pisados — como um vão lamento,
    Tu perguntaras: que é da minha coroa?...
    Eu te diria: desfolhou-a o vento!...

    Oh! não me chames coração de gelo!
    Bem vês: traí-me no fatal segredo.
    Se de ti fujo é que te adoro e muito!
    És bela — eu moço; tens amor, eu — medo!...

    Casimiro de Abreu

    ALUNO:GIOVANI DE LIMA 2ºA

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  23. Canção do Exílio



    Se eu tenho de morrer na flor dos anosMeu Deus! não seja já;Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,Cantar o sabiá!Meu Deus, eu sinto e tu bem vês que eu morroRespirando este ar;Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novoOs gozos do meu lar!

    O país estrangeiro mais belezasDo que a pátria não tem;E este mundo não vale um só dos beijosTão doces duma mãe!
    Dá-me os sítios gentis onde eu brincavaLá na quadra infantil;Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,O céu do meu Brasil!

    Se eu tenho de morrer na flor dos anos
    Meu Deus! não seja já!Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,Cantar o sabiá!

    Quero ver esse céu da minha terraTão lindo e tão azul!E a nuvem cor-de-rosa que passavaCorrendo lá do sul!

    Quero dormir à sombra dos coqueiros,As folhas por dossel;E ver se apanho a borboleta branca,Que voa no vergel!

    Quero sentar-me à beira do riacho
    Das tardes ao cair,E sozinho cismando no crepúsculoOs sonhos do porvir!


    Se eu tenho de morrer na flor dos anos,Meu Deus! não seja já;Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,A voz do sabiá!


    Quero morrer cercado dos perfumesDum clima tropical,E sentir, expirando, as harmoniasDo meu berço natal!

    Minha campa será entre as mangueiras,Banhada do luar,E eu contente dormirei tranqüiloÀ sombra do meu lar!As cachoeiras chorarão sentidasPorque cedo morri,E eu sonho no sepulcro os meus amoresNa terra onde nasci!

    Se eu tenho de morrer na flor dos anos,Meu Deus! não seja já;Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,Cantar o sabiá!

    ALUNA:CARLA ALMEIDA 2°A

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  24. Aluna : Jaila Assani Gonçalves Laurentino
    nº17
    serie: 2º A

    Álvares de Azevedo

    Soneto

    Pálida,à luz da lâmpada sombria,
    Sobre o leito de flores reclinada,
    Como a lua por noite embalsamada
    Entre as nuvens do amor ela dormia

    era a virgem do mar! na escuma fria
    Pela maré das águas embalada !
    Era um anjo entre nuvens d'alvorada
    Que em sonhos se banhava e se esquecia

    Era mais bela! o seio palpitando...
    Negros olhos as pálpebras abrindo...
    Formas nuas no leito resvalando...

    Não te rias de mim, meu anjo lindo!
    Por ti- as noites eu velei chorando,
    Por ti- nos ombros morrerei sorrindo.

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  25. Aluna:Kamila Rodrigues
    N°:20
    Serie:2A

    A Beleza


    Oh Beleza! Oh potência invencível,
    Que na terra despótica imperas;
    Se vibras teus olhos
    Quais duas esferas,
    Quem resiste a teu fogo terrível?

    Oh Beleza! Oh celeste harmonia,
    Doce aroma, que as almas fascina;
    Se exalas suave
    Tua voz divina,
    Tudo, tudo a teus pés se extasia.

    A velhice, do mundo cansada,
    A teu mando resiste somente;
    Porém que te importa
    A voz impotente,
    Que se perde, sem ser escutada?
    Diga embora que o teu juramento
    Não merece a menor confiança;
    Que a tua firmeza
    Está só na mudança;
    Que os teus votos são folhas ao vento.

    Tudo sei; mas se tu te mostrares
    Ante mim como um astro radiante,
    De tudo esquecido,
    Nesse mesmo instante,
    Farei tudo o que tu me ordenares.

    Se até hoje remisso não arde
    Em teu fogo amoroso meu peito,
    De estóica dureza
    Não é isto efeito;
    Teu vassalo serei cedo ou tarde.

    Infeliz tenho sido até agora,
    Que a meus olhos te mostras severa;
    Nem gozo a ventura,
    Que goza uma fera;
    Entretanto ninguém mais te adora.

    Eu te adoro como o anjo celeste,
    Que da vida os tormentos acalma;
    Oh vida da vida,
    Oh alma desta alma,
    Um teu riso sequer me não deste!

    Minha lira que triste ressoa,
    Minha lira por ti desprezada,
    Assim mesmo triste,
    Assim malfadada,
    Teu poder, teus encantos pregoa.
    Oh Beleza, meus dias bafeja,
    Em teu fogo minha alma devora;
    Verás de que modo
    Meu peito te adora,
    E que incenso ofertar-te deseja

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  26. Prf a bibliografiaaa
    ta aih... aluna Kamila Rodrigues

    http://www.anjoempoetasbrasileiros.hpg.com.br/gmagalhaespoemas.htm

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  27. Aluna: Angela Beatriz Mello Bonilaure
    Série: 2ª A E.M.
    Número: 05
    Autor: Gonçalves Dias
    Poema: I-Juca Pirama

    No meio das tabas de amenos verdores,
    Cercadas de troncos - cobertos de flores,
    Alteiam-se os tetos d’altiva nação;
    São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,
    Temíveis na guerra, que em densas coortes
    Assombram das matas a imensa extensão.
    São rudos, severos, sedentos de glória,
    Já prélios incitam, já cantam vitória,
    Já meigos atendem à voz do cantor:
    São todos Timbiras, guerreiros valentes!
    Seu nome lá voa na boca das gentes,
    Condão de prodígios, de glória e terror!
    As tribos vizinhas, sem forças, sem brio,
    As armas quebrando, lançando-as ao rio,
    O incenso aspiraram dos seus maracás:
    Medrosos das guerras que os fortes acendem,
    Custosos tributos ignavos lá rendem,
    Aos duros guerreiros sujeitos na paz.
    No centro da taba se estende um terreiro,
    Onde ora se aduna o concílio guerreiro
    Da tribo senhora, das tribos servis:
    Os velhos sentados praticam d’outrora,
    E os moços inquietos, que a festa enamora,
    Derramam-se em torno dum índio infeliz.
    Quem é? - ninguém sabe: seu nome é ignoto,
    Sua tribo não diz: - de um povo remoto
    Descende por certo - dum povo gentil;
    Assim lá na Grécia ao escravo insulano
    Tornavam distinto do vil muçulmano
    As linhas corretas do nobre perfil.
    Por casos de guerra caiu prisioneiro
    Nas mãos dos Timbiras: - no extenso terreiro
    Assola-se o teto, que o teve em prisão;
    Convidam-se as tribos dos seus arredores,
    Cuidosos se incubem do vaso das cores,
    Dos vários aprestos da honrosa função.
    Acerva-se a lenha da vasta fogueira
    Entesa-se a corda da embira ligeira,
    Adorna-se a maça com penas gentis:
    A custo, entre as vagas do povo da aldeia
    Caminha o Timbira, que a turba rodeia,
    Garboso nas plumas de vário matiz.
    Em tanto as mulheres com leda trigança,
    Afeitas ao rito da bárbara usança,
    índio já querem cativo acabar:
    A coma lhe cortam, os membros lhe tingem,
    Brilhante enduape no corpo lhe cingem,
    Sombreia-lhe a fronte gentil canitar.





    Gonçalves Dias – Um pouco de sua história:

    Orgulhoso de ter o sangue de índios, negros e brancos em seu corpo, Antônio Gonçalves Dias nasceu a 10 de agosto de 1823 no Maranhão e morreu a 3 de novembro de 1864. Gonçalves Dias foi um poeta romântico indianista e bacharel em Direito pela universidade de Coimbra. Sua poesia trouxe a admiração da crítica e do rei, que o nomeou para vários cargos públicos e lhe permitiu viver mais confortavelmente, tendo viajado pelo Norte do Brasil a serviço da corte. Também fez teatro. Recusado pela família de sua amada, casou-se com outra e, doente, viajou a Europa para se tratar. Quando o governo cortou o subsídio que lhe concedia em 1864, decidiu voltar ao Brasil. Na volta, morre no naufrágio do "Ville de Boulogne" por estar doente, já que foi abandonado de cama em estado deplorável enquanto todos os outros se salvaram.

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  28. Aluna:Fernanda Naiara Bráz
    Série: 2ª A
    Número:14


    Ator:Gonçalves Dias

    Como se ama o calor e a luz querida,
    A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
    Silêncio, e cores, e perfume, e vida,
    Os pais e a pátria e a virtude e a Deus:
    Assim eu te amo, assim;
    mais do que podem Dizer-to os lábios meus,
    — mais do que vale Cantar a voz
    do trovador cansada:
    O que é belo, o que é justo, santo e grande Amo em ti.
    — Por tudo quanto sofro,Por quanto já sofri,
    por quanto ainda Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.
    O que espero, cobiço, almejo, ou temo De ti, só de ti pende:
    oh! nunca saibas Com quanto amor eu te amo,
    e de que fonte Tão terna, quanto amarga o vou nutrindo!
    Esta oculta paixão, que mal suspeitas,
    Que não vês, não supões, nem te eu revelo,
    Só pode no silêncio achar consolo,
    Na dor aumento, intérprete nas lágrimas

    Site visitado:http://samoelfilho.blogspot.com/2009/03/goncalves-dias-poesia-romantismo.html

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  29. Tronco Despido (1828)

    Qual tronco despido
    De folha e de flores,
    Dos ventos batido
    No inverno gelado
    De ardentes queimores
    No estio abrasado,
    De nada sentido,
    Que nada ele sente...
    Assim ao prazer,
    À dor indif'rente,
    Vão-me as horas da vida
    Comprida
    Correndo,
    Vivendo,
    Se é vida
    Tam triste viver.

    AUTOR: ALMEIDA GARRETT
    SITE VISITADO: http://www.revista.agulha.nom.br/agarret.html


    Priscila Levinski Sá
    2ºB

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  30. Eu cantarei de amor tão docemente

    Eu cantarei de amor tão docemente,
    Por uns termos em si tão concertados,
    Que dois mil acidentes namorados
    Faça sentir ao peito que não sente.

    Farei que amor a todos avivente,
    Pintando mil segredos delicados,
    Brandas iras, suspiros magoados,
    Temerosa ousadia e pena ausente.

    Também, Senhora, do desprezo honesto
    De vossa vista branda e rigorosa,
    Contentar-me-ei dizendo a menor parte.

    Porém, pera cantar de vosso gesto
    A composição alta e milagrosa
    Aqui falta saber, engenho e arte.

    Luís Vaz de Camões

    Retirado:http://users.isr.utl.pt/~cfb/vds/camões.html

    Aluno: Cristiano Henrique Gonçalves 2ªB nº:12

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  31. Aluna: Michele de Oliveira nº: 24 2ºA

    Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros.

    Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
    De vivo luzir,
    Estrelas incertas, que as águas dormentes
    Do mar vão ferir;

    Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
    Têm meiga expressão,
    Mais doce que a brisa, — mais doce que o nauta
    De noite cantando, — mais doce que a flauta
    Quebrando a solidão,

    Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
    De vivo luzir,
    São meigos infantes, gentis, engraçados
    Brincando a sorrir.

    São meigos infantes, brincando, saltando
    Em jogo infantil,
    Inquietos, travessos; — causando tormento,
    Com beijos nos pagam a dor de um momento,
    Com modo gentil.

    Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
    Assim é que são;
    Às vezes luzindo, serenos, tranquilos,
    Às vezes vulcão!

    Às vezes, oh! Sim, derramam tão fraco,
    Tão frouxo brilhar,
    Que a mim me parece que o ar lhes falece,
    E os olhos tão meigos, que o pranto humedece
    Me fazem chorar.

    Assim lindo infante, que dorme tranquilo,
    Desperta a chorar;
    E mudo e sisudo, cismando mil coisas,
    Não pensa — a pensar.

    Nas almas tão puras da virgem, do infante,
    Às vezes do céu
    Cai doce harmonia duma Harpa celeste,
    Um vago desejo; e a mente se veste
    De pranto como um véu.

    Quer sejam saudades, quer sejam desejos
    Da pátria melhor;
    Eu amo seus olhos que choram em causa
    Um pranto sem dor.

    Eu amo seus olhos tão negros, tão puros,
    De vivo fulgor;
    Seus olhos que exprimem tão doce harmonia,
    Que falam de amores com tanta poesia,
    Com tanto pudor.

    Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
    Assim é que são;
    Eu amo esses olhos que falam de amores
    Com tanta paixão.


    http://www.astormentas.com/poema

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  32. Adriana Assunção nº 1
    Série 2º A
    Autor: Gonçalves Dias

    Como se ama o calor e a luz querida,
    A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
    Silêncio, e cores, e perfume, e vida,
    Os pais e a pátria e a virtude e a Deus:

    Assim eu te amo, assim; mais do que podem.
    Dizer-to os lábios meus, — mais do que vale.
    Cantar a voz do trovador cansada:
    O que é belo, o que é justo, santo e grande.
    Amo em ti. — Por tudo quanto sofro,
    Por quanto já sofri, por quanto ainda.
    Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.
    O que espero, cobiço, almejo, ou temo.
    De ti, só de ti pende: oh! nunca saibas
    Com quanto amor eu te amo, e de que fonte.
    Tão terna, quanto amarga o vou nutrindo!
    Esta oculta paixão, que mal suspeitas,
    Que não vês, não supões, nem te eu revelo,
    Só pode no silêncio achar consolo,
    Na dor aumento, intérprete nas lágrimas.

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  33. Olhos Verdes
    Eles verdes são:
    E têm por usança,
    Na cor esperança,
    E nas obras não.
    CAM., Rim.

    São uns olhos verdes, verdes,
    Uns olhos de verde-mar,
    Quando o tempo vai bonança;
    Uns olhos cor de esperança,
    Uns olhos por que morri;
    Que ai de mi!
    Nem já sei qual fiquei sendo
    Depois que os vi!

    Como duas esmeraldas,
    Iguais na forma e na cor,
    Têm luz mais branda e mais forte,
    Diz uma — vida, outra — morte;
    Uma — loucura, outra — amor.
    Mas ai de mi!
    Nem já sei qual fiquei sendo
    Depois que os vi!

    São verdes da cor do prado,
    Exprimem qualquer paixão,
    Tão facilmente se inflamam,
    Tão meigamente derramam
    Fogo e luz do coração;
    Mas ai de mi!
    Nem já sei qual fiquei sendo
    Depois que os vi!

    São uns olhos verdes, verdes,
    Que podem também brilhar;
    Não são de um verde embaçado,
    Mas verdes da cor do prado,
    Mas verdes da cor do mar.
    Mas ai de mi!
    Nem já sei qual fiquei sendo
    Depois que os vi!

    Como se lê num espelho,
    Pude ler nos olhos seus!
    Os olhos mostram a alma,
    Que as ondas postas em calma
    Também refletem os céus;
    Mas ai de mi!
    Nem já sei qual fiquei sendo
    Depois que os vi!

    Dizei vós, ó meus amigos,
    Se vos perguntam por mi,
    Que eu vivo só da lembrança
    De uns olhos cor de esperança,
    De uns olhos verdes que vi!
    Que ai de mi!
    Nem já sei qual fiquei sendo
    Depois que os vi!

    Dizei vós: Triste do bardo!
    Deixou-se de amor finar!
    Viu uns olhos verdes, verdes,
    Uns olhos da cor do mar:
    Eram verdes sem esp'rança,
    Davam amor sem amar!
    Dizei-o vós, meus amigos,
    Que ai de mi!
    Não pertenço mais à vida
    Depois que os vi!


    postado por;luana mioduski
    n:22 do 2a

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  34. Amor! Enlevo de alma, arroubo, encanto
    Desta existência mísera, onde existes?
    Fino sentir ou mágico transporte,
    (O quer que seja que nos leva a extremos,
    Aos quais não basta a natureza humana;)
    Simpática atração De almas sinceras
    Que unidas pelo amor, no amor se apuram,
    Por quem suspiro, serás nome apenas?


    A inútil chama ressecou meus lábios,
    Mirrou-me o coração da vida em meio,
    E à terra fez baixar a mente errada
    Que entre nuvens, amor, por ti bradava!
    Não te pude encontrar! — em vão meus anos
    No louco intento esperdicei; gelados,
    Uns após outros a cair precipites
    Na urna do passado os vi; eu triste,
    Amor, por ti clamava; — e o meu deserto
    Aos meus acentos reboava embalde.


    Em vão meu coração por ti se fina,
    Em vão minha alma te compreende e busca,
    Em vão meus lábios sôfregos cobiçam
    Libar a taça que aos mortais of’reces!
    Dizem-na funda inesgotável, meiga;
    Enquanto a vejo rasa, amarga e dura!
    Dizem-na bálsamo, eu veneno a sorvo:
    Prazer, doçura, — eu dor e fel encontro!


    Dobrei-me às duras leis que me impuseste,
    Curvei ao jugo teu meu colo humilde,
    Feri-me aos teus ardentes passadores,
    Prendi-me aos teus grilhões, rojei por terra...
    E o lucro?... Foram lágrimas perdidas,
    Foi roxa cicatriz qu'inda conservo,
    Desbotada a ilusão e a vida exausta!


    Celeste emanação, gratos eflúvios
    Das roseiras do céu; bater macio
    Das asas auribrancas dalgum anjo,
    Que roça em noite amiga a nossa esfera,
    Centelha e luz do sol que nunca morre;
    És tudo, e mais qu'isto: — és luz e vida,
    Perfume, e vôo De anjo mal sentido,
    Peregrinas essências trescalando!...
    Também passas velozes, — breve te apagas,
    Como duma ave a sombra fugitiva,
    Desgarrada voando à flor de um lago!

    Postado: Thais Koszalka Numero da chamada: 31 Série: 2ª A EM.

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  35. Aluna:Vanessa M. Calaudino 2ºA


    e se morre de amor! — Não, não se morre,
    Quando é fascinação que nos surpreende
    De ruidoso sarau entre os festejos;
    Quando luzes, calor, orquestra e flores
    Assomos de prazer nos raiam n'alma,
    Que embelezada e solta em tal ambiente
    No que ouve, e no que vê prazer alcança!


    Simpáticas feições, cintura breve,
    Graciosa postura, porte airoso,
    Uma fita, uma flor entre os cabelos,
    Um quê mal definido, acaso podem
    Num engano d'amor arrebatar-nos.
    Mas isso amor não é; isso é delírio,
    Devaneio, ilusão, que se esvaece
    Ao som final da orquestra, ao derradeiro


    Clarão, que as luzes no morrer despedem:
    Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,
    D'amor igual ninguém sucumbe à perda.
    Amor é vida; é ter constantemente
    Alma, sentidos, coração — abertos
    Ao grande, ao belo; é ser capaz d'extremos,
    D'altas virtudes, té capaz de crimes!
    Compr'ender o infinito, a imensidade,
    E a natureza e Deus; gostar dos campos,
    D'aves, flores, murmúrios solitários;
    Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
    E ter o coração em riso e festa;
    E à branda festa, ao riso da nossa alma
    Fontes de pranto intercalar sem custo;
    Conhecer o prazer e a desventura
    No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
    O ditoso, o misérrimo dos entes;
    Isso é amor, e desse amor se morre!


    Amar, e não saber, não ter coragem
    Para dizer que amor que em nós sentimos;
    Temer qu'olhos profanos nos devassem
    O templo, onde a melhor porção da vida
    Se concentra; onde avaros recatamos
    Essa fonte de amor, esses tesouros
    Inesgotáveis, d'ilusões floridas;
    Sentir, sem que se veja, a quem se adora,
    Compr'ender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,
    Segui-la, sem poder fitar seus olhos,
    Amá-la, sem ousar dizer que amamos,
    E, temendo roçar os seus vestidos,
    Arder por afogá-la em mil abraços:
    Isso é amor, e desse amor se morre!


    Se tal paixão porém enfim transborda,
    Se tem na terra o galardão devido
    Em recíproco afeto; e unidas, uma,
    Dois seres, duas vidas se procuram,
    Entendem-se, confundem-se e penetram
    Juntas — em puro céu d'êxtases puros:
    Se logo a mão do fado as torna estranhas,
    Se os duplica e separa, quando unidos
    A mesma vida circulava em ambos;


    Que será do que fica, e do que longe
    Serve às borrascas de ludíbrio e escárnio?
    Pode o raio num píncaro caindo,
    Torná-lo dois, e o mar correr entre ambos;
    Pode rachar o tronco levantado
    E dois cimos depois verem-se erguidos,
    Sinais mostrando da aliança antiga;
    Dois corações porém, que juntos batem,
    Que juntos vivem, — se os separam, morrem;
    Ou se entre o próprio estrago inda vegetam,
    Se aparência de vida, em mal, conservam,
    Ânsias cruas resumem do proscrito,
    Que busca achar no berço a sepultura!


    Esse, que sobrevive à própria ruína,
    Ao seu viver do coração, — às gratas
    Ilusões, quando em leito solitário,
    Entre as sombras da noite, em larga insônia,
    Devaneando, a futurar venturas,
    Mostra-se e brinca a apetecida imagem;
    Esse, que à dor tamanha não sucumbe,
    Inveja a quem na sepultura encontra
    Dos males seus o desejado termo!


    http://www.revista.agulha.nom.br/

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  36. POESIA E AMOR




    A tarde que expira,
    A flor que suspira,
    O canto da lira,
    Da lua o clarão;
    Dos mares na raia
    A luz que desmaia,
    E as ondas na praia
    Lambendo-lhe o chão;


    Da noite a harmonia
    Melhor que a do dia,
    E a viva ardentia
    Das águas do mar;
    A virgem incauta,
    As vozes da flauta,
    E o canto do nauta


    Chorando o seu lar;
    Os trêmulos lumes,
    Da fonte os queixumes,
    E os meigos perfumes
    Que solta o vergel;
    As noites brilhantes,
    E os coces instantes
    Dos noivos amantes
    Na lua de mel;


    Do templo nas naves
    As notas suaves,
    E o trino das aves
    Saudando o arrebol;
    As tardes estivas,
    E as rosas lascivas
    Erguendo-se altivas
    Aos raios do sol;


    A gota de orvalho
    Tremendo no galho
    Do velho carvalho,
    Nas folhas do ingá
    O bater do seio,
    Dos bosques no meio
    O doce gorjeio
    Dalgum sabiá;


    A órfã que chora,
    A flor que se cora
    Aos raios da aurora,
    No albor da manhã;
    Os sonhos eternos,
    Os gozos mais ternos,
    Os beijos maternos
    E as vozes de irmã;


    O sino da torre
    Carpinho quem morre,
    E o rio que corre
    Banhando o chorão;
    O triste que vela
    Cantando à donzela
    A trova singela
    Do seu coração;


    A luz da alvorada,
    E a nuvem dourada
    Qual berço de fada
    Num céu todo azul;
    No lago e nos brejos
    Os férvidos beijos
    E os loucos bafejos
    Das brisas do sul;


    Toda essa ternura
    Que a rica natura
    Soletra e murmura
    Nos hálitos seus,
    Da terra os encantos,
    Das noites os prantos,
    São hinos, são cantos
    Que sobem a Deus!


    Os trêmulos lumes,
    Da veiga os perfumes,
    Da fonte os queixumes,
    Dos prados a flor,
    Do mar a ardentia,
    Da noite a harmonia,
    Tudo isso é - poesia!
    Tudo isso é - amor!

    Aluna:Flávia Moreira de Souza 2°B

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  37. Nome :Ricardo V. Morais
    Série : 2° A

    CANÇÃO DO AMOR IMPREVISTO

    Eu sou um homem fechado.
    O mundo me tornou egoísta e mau.
    E a minha poesia é um vício triste,
    Desesperado e solitário
    Que eu faço tudo por abafar.

    Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
    Com o teu passo leve,
    Com esses teus cabelos...

    E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
    nada, numa alegria atônita...

    A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
    Aonde viessem pousar os passarinhos.

    MARIO QUINTANA

    http://www.pensador.info/p/poesias_famosas/1/

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  38. Não me deixes!
    Debruçada nas águas dum regato
    A flor dizia em vão
    À corrente, onde bela se mirava:
    "Ai, não me deixes, não!
    "Comigo fica ou leva-me contigo
    "Dos mares à amplidão;
    "Límpido ou turvo, te amarei constante;
    "Mas não me deixes, não!"
    E a corrente passava; novas águas
    Após as outras vão;
    E a flor sempre a dizer curva na fonte:
    "Ai, não me deixes, não!"
    E das águas que fogem incessantes
    À eterna sucessão
    Dizia sempre a flor, e sempre embalde:
    "Ai, não me deixes, não!"
    Por fim desfalecida e a cor murchada,
    Quase a lamber o chão,
    Buscava inda a corrente por dizer-lhe
    Que a não deixasse, não.
    A corrente impiedosa a flor enleia,
    Leva-a do seu torrão;
    A afundar-se dizia a pobrezinha:
    "Não me deixaste, não!"
    Autor:Gonçalves Dias
    Aluna:Analisa Caroline de Campos 2:"B"
    site:www.jornaldepoesia.jor.br

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  39. Não me deixes!


    Debruçada nas águas dum regato
    A flor dizia em vão
    À corrente, onde bela se mirava:
    "Ai, não me deixes, não!


    "Comigo fica ou leva-me contigo
    "Dos mares à amplidão;
    "Límpido ou turvo, te amarei constante;
    "Mas não me deixes, não!"


    E a corrente passava; novas águas
    Após as outras vão;
    E a flor sempre a dizer curva na fonte:
    "Ai, não me deixes, não!"


    E das águas que fogem incessantes
    À eterna sucessão
    Dizia sempre a flor, e sempre embalde:
    "Ai, não me deixes, não!"


    Por fim desfalecida e a cor murchada,
    Quase a lamber o chão,
    Buscava inda a corrente por dizer-lhe
    Que a não deixasse, não.


    A corrente impiedosa a flor enleia,
    Leva-a do seu torrão;
    A afundar-se dizia a pobrezinha:
    "Não me deixaste, não!"

    ODELIR RAINE 2°a
    Golsalves Dias

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  40. Se eu fosse querido!

    Se eu fosse querido dum rosto formoso,
    Se um peito extremoso - pudesse encontrar,
    E uns lábios macios, que expiram amores
    E abrandam as dores - pudesse beijar;
    A tantos encantos minh'alma rendida,
    Votara-lhe a vida - que Deus me quis dar;
    Constante a seu lado, seus sonhos divinos
    Aos sons dos meus hinos - quisera embalar.
    Depois, quando a morte viesse impiedosa
    Da amante extremosa - meus dias privar,
    De funda saudade minha alma rendida
    De tão dolorida iria quedar.

    Gonçalves Dias


    Renato 2ºA

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  41. Autor: Casimiro de Abreu
    Aluna: Bárbara Lais
    Nº: 06
    Série: 2ºB

    Saudades

    Nas horas mortas da noite
    Como é doce o meditar
    Quando as estrelas cintilam
    Nas ondas quietas do mar;
    Quando a lua majestosa
    Surgindo linda e formosa,
    Como donzela vaidosa
    Nas águas se vai mirar !
    Nessas horas de silêncio,
    De tristezas e de amor,
    Eu gosto de ouvir ao longe,
    Cheio de mágoa e de dor,
    O sino do campanário
    Que fala tão solitário
    Com esse som mortuário
    Que nos enche de pavor.
    Então - proscrito e sozinho -
    Eu solto os ecos da serra
    Suspiros dessa saudade
    Que no meu peito se encerra
    Esses prantos de amargores
    São prantos cheios de dores:
    - Saudades - dos meus amores,
    - Saudades da minha terra !

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  42. nome: christian junior 2D

    A Flor do Maracujá


    Pelas rosas, pelos lírios,
    Pelas abelhas, sinhá,
    Pelas notas mais chorosas
    Do canto do Sabiá,
    Pelo cálice de angústias
    Da flor do maracujá !
    Pelo jasmim, pelo goivo,
    Pelo agreste manacá,
    Pelas gotas de sereno
    Nas folhas do gravatá,
    Pela coroa de espinhos
    Da flor do maracujá.

    Pelas tranças da mãe-d'água
    Que junto da fonte está,
    Pelos colibris que brincam
    Nas alvas plumas do ubá,
    Pelos cravos desenhados
    Na flor do maracujá.

    Pelas azuis borboletas
    Que descem do Panamá,
    Pelos tesouros ocultos
    Nas minas do Sincorá,
    Pelas chagas roxeadas
    Da flor do maracujá !

    Pelo mar, pelo deserto,
    Pelas montanhas, sinhá !
    Pelas florestas imensas
    Que falam de Jeová !
    Pela lança ensangüentado
    Da flor do maracujá !

    Por tudo que o céu revela !
    Por tudo que a terra dá
    Eu te juro que minh'alma
    De tua alma escrava está !!..
    Guarda contigo este emblema
    Da flor do maracujá !

    Não se enojem teus ouvidos
    De tantas rimas em - a -
    Mas ouve meus juramentos,
    Meus cantos ouve, sinhá!
    Te peço pelos mistérios
    Da flor do maracujá!

    fagundes varela

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  43. Dieinathon 2ºB Emg

    Meus Oito Anos

    Oh ! que saudades que eu tenho
    Da aurora da minha vida,
    Da minha infância querida
    Que os anos não trazem mais !
    Que amor, que sonhos, que flores,
    Naquelas tardes fagueiras
    À sombra das bananeiras,
    Debaixo dos laranjais !
    Como são belos os dias
    Do despontar da existência !
    - Respira a alma inocência
    Como perfumes a flor;
    O mar é – lago sereno,
    O céu – um manto azulado,
    O mundo – um sonho dourado,
    A vida – um hino d’amor !
    Que auroras, que sol, que vida,
    Que noites de melodia
    Naquela doce alegria,
    Naquele ingênuo folgar !
    O céu bordado d’estrelas,
    A terra de aromas cheia,
    As ondas beijando a areia
    E a lua beijando o mar !
    Oh ! dias de minha infância !
    Oh ! meu céu de primavera !
    Que doce a vida não era
    Nessa risonha manhã !
    Em vez de mágoas de agora,
    Eu tinha nessas delícias
    De minha mãe as carícias
    E beijos de minha irmã !
    Livre filho das montanhas,
    Eu ia bem satisfeito,
    De camisa aberta ao peito,
    - Pés descalços, braços nus -
    Correndo pelas campinas
    À roda das cachoeiras,
    Atrás das asas ligeiras
    Das borboletas azuis !
    Naqueles tempos ditosos
    Ia colher as pitangas,
    Trepava a tirar as mangas,
    Brincava à beira do mar;
    Rezava às Ave-Marias,
    Achava o céu sempre lindo,
    Adormecia sorrindo,
    E despertava a cantar !
    Oh ! que saudades que eu tenho
    Da aurora da minha vida
    Da minha infância querida
    Que os anos não trazem mais !
    - Que amor, que sonhos, que flores,
    Naquelas tardes fagueiras
    À sombra das bananeiras,
    Debaixo dos laranjais !
    Casimiro de Abreu

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  44. rosa e mar

    uma praia arenosa,
    Vagarosa
    Divagava uma Donzela;
    Dá largas ao pensamento.
    Brinca o vento
    Nos soltos cabelos dela.


    Leve ruga no semblante
    Vem num instante,
    Que noutro instante se alisa;
    Mais veloz que a sua idéia
    Não volteia,
    Não gira, não foge a brisa.


    No virginal devaneio
    Arfa o seio,
    Pranto ao riso se mistura;
    Doce rir dos céus encanto,
    Leve pranto,
    Que amargo não é, nem dura.


    Nesse lugar solitário,
    — Seu fadário. —
    De ver o mar se recreia;
    De o ver, à tarde, dormente,
    Docemente
    Suspirar na branca areia.


    Agora, qual sempre usava,
    Divagava
    Em seu pensar embebida;
    Tinha no seio uma rosa
    Melindrosa,
    De verde musgo vestida.


    Ia a virgem descuidosa,
    Quando a rosa
    Do seio no chão lhe cai:
    Vem um'onda bonançosa,
    Qu’impiedosa
    A flor consigo retrai.


    A meiga flor sobrenada;
    De agastada,
    A virge' a não quer deixar!
    Bóia a flor; a virgem bela,
    Vai trás ela,
    Rente, rente — à beira-mar.


    Vem a onda bonançosa,
    Vem a rosa;
    Foge a onda, a flor também.
    Se a onda foge, a donzela
    Vai sobre ela!
    Mas foge, se a onda vem.


    Muitas vezes enganada,
    De enfadada
    Não quer deixar de insistir;
    Das vagas menos se espanta,
    Nem com tanta
    Presteza lhes quer fugir.


    Nisto o mar que se encapela
    A virgem bela
    Recolhe e leva consigo;
    Tão falaz em calmaria,
    Como a fria
    Polidez de um falso amigo.


    Nas águas alguns instantes,
    Flutuantes
    Nadaram brancos vestidos:
    Logo o mar todo bonança,
    A praia cansa
    Com monótonos latidos.


    Um doce nome querido
    Foi ouvido,
    Ia a noite em mais de meia:
    Toda a praia perlustraram,
    Nem acharam
    Mais que a flor na branca areia.

    gonçalves dias
    aluno: Cristiano Henrique Gonçalves 2ªB nº: 12

    retirado: http://www.revista.agulha.nom.br/gdias03.html#rosa

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  45. Amemos!


    POR QUE TARDAS, meu anjo! oh! vem comigo.
    Serei teu, serás minha... É um doce abrigo
    A tenda dos amores!
    Longe a tormenta agita as penedias...
    Aqui, ao som de errantes harmonias,
    Se adormece entre flores.

    Quando a chuva atravessa o peregrino,
    Quando a rajada a galopar sem tino
    Açoita-lhe na face,
    E em meio à noite, em cima dos rochedos,
    Rasga-se o coração, ferem-se os dedos,
    E a dor cresce e renasce...

    A porta dos amores entreaberta
    É a cabana erguida em plaga incerta,
    Que ampara do tufão...
    O lábio apaixonado é um lar em chamas
    E os cabelos, rolando em espadanas,
    São mantos de paixão.

    Oh! amar é viver... Deste amor santo
    — Taça de risos, beijos e de prantos
    Longos sorvos beber...
    No mesmo leito adormecer cantando...
    Num longo beijo despertar sonhando...
    Num abraço morrer.

    Oh! amar é ser Deus!... Olhar ufano
    O céu azul, os astros, o oceano
    E dizer-lhes: "Sois meus!"
    Fazer que o mundo se transforme em lira,
    Dizer ao tempo: "Não... Tu és mentira,
    Espera que eu sou Deus!"

    Amemos! pois. Se sofres terei prantos,
    Que hão de rolar por terra tantos, tantos,
    Como chora um irmão.
    Hei de enxugar teus olhos com meus beijos,
    Escutarás os doces rumorejes
    D'ave do coração.

    Depois... hei de encostar-te no meu peito,
    Velar por ti — dormida sobre o leito —
    Bem como a luz no altar.

    Te embalarei com uma canção sentida,
    Que minha mãe cantava enternecida
    Quando ia me embalar.

    Amemos, pois! P'ra ti eu tenho nalma
    Beijos, prantos, sorrisos, cantos, palmas...
    Um abismo de amor...
    Sorriso de uma irmã, prantos maternos,
    Beijos de amante, cânticos eternos,
    E as palmas do cantor!

    Ah! fora belo unidos em segredo,
    Juntos, bem juntos... trêmulos de medo,
    De quem entra no céu,
    Desmanchar teus cabelos delirante,
    Beijar teu colo!... Oh! vamos minha amante,
    Abre-me o seio teu.

    Eu quero teu olhar de áureos fulgores,
    Ver desmaiar na febre dos amores,
    Fitos fitos... em mim.
    Eu quero ver teu peito intumescido,
    Ao sopro da volúpia arfar erguido
    O oceano de cetim

    Não tardes tanto assim... Esquece tudo...
    Amemos, porque amar é um santo escudo,
    Amar é não sofrer.
    Eu não posso ser de outra... Tu és minha,
    Almas que Deus uniu na balça edênea
    Hão de unidas viver.

    Meu Deus!... Só eu compreendo as harmonias,
    De tua alma sublime as melodias
    Que tens no coração.
    Vem! Serei teu poeta, teu amante...
    Vamos sonhar no leito delirante
    No templo da paixão.

    Autor:Castro Alves
    Aluna:Janaina Rosa Pereira 2ºB
    Retirado: http://www.orizamartins.com/poesias-castro-alves-amemos.html

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  46. Nome:Andressa Luiz n° 04 serie: 2°A
    Autor:Gonçalves Dias

    Desejo

    E poi morir.
    METASTASIO

    Ah! que eu não morra sem provar, ao menos
    Sequer por um instante, nesta vida
    Amor igual ao meu!
    Dá, Senhor Deus, que eu sobre a terra encontre
    Um anjo, uma mulher, uma obra tua,
    Que sinta o meu sentir;

    Uma alma que me entenda, irmã da minha,
    Que escute o meu silêncio, que me siga
    Dos ares na amplidão!
    Que em laço estreito unidas, juntas, presas,
    Deixando a terra e o lodo, aos céus remontem
    Num êxtase de amor!

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  47. Amor é fogo que arde sem se ver

    Amor é fogo que arde sem se ver;
    É ferida que dói e não se sente;
    É um contentamento descontente;
    É dor que desatina sem doer;

    É um não querer mais que bem querer;
    É solitário andar por entre a gente;
    É nunca contentar-se de contente;
    É cuidar que se ganha em se perder;

    É querer estar preso por vontade;
    É servir a quem vence, o vencedor;
    É ter com quem nos mata lealdade.

    Mas como causar pode seu favor
    Nos corações humanos amizade,
    Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

    Luís de Camões

    Nome:Rafael Correia 2°B

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  48. Amor e vinho

    Cantemos o amor e o vinho,
    As mulheres, o prazer;
    A vida é sonho ligeiro
    Gozemos até morrer
    Tim, tim, tim
    Gozemos até morrer

    A ventura nessa vida
    É sonho que pouco dura
    Tudo fenece no mundo,
    Na louça da sepultura
    Tim, tim, tim
    Na louça da sepultura

    Não sou desses gênios duros,
    Inimigos do prazer,
    Que julgam que a humanidade
    Só nasceu para morrer
    Tim, tim, tim
    Só nasceu para morrer

    Fagundes Varela

    Nome:Rafael Correia 2°B

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  49. Loise Miranda de Lima 2°A

    Como eu te amo

    Como se ama o silêncio, a luz, o aroma,
    O orvalho numa flor, nos céus as estrelas,
    No largo mar a sombra de uma vela,
    Que lá na extrema do horizonte assoma;

    Como se ama o clarão da branca luz,
    Da noite na nudez os sons da flauta,
    As canções saudosíssimas do nauta
    Quando em mole vaivém a nau flutua;

    Como se ama das aves o gemido,
    Da noite as sombras e do dia as cores,
    Um céu com luzes, um jardim com flores,
    Um canto quase em lágrimas sumido;

    Como se ama o crepúsculo da aurora,
    A mansa viração que o bosque ondeia,
    O sussurro da fonte que serpeia,
    Uma imagem risonha e sedutora;

    Como se ama o calor e a luz querida,
    A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
    Silêncios, e cores, e perfume, e vida,
    Os pais e a pátria e a virtude e a Deus;

    Assim eu te amo, assim; mais do que podem
    Dizer-to os lábios meus, – mais do que vale
    Cantar a voz do trovador cansada;
    O que é belo, o que é justo, santo e grande
    Amo em ti, - Por tudo quanto sofro,
    Por quanto já sofri, por quanto ainda
    Me resta sofrer, por tudo eu te amo.
    (...)

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  50. Amor a Distância

    Quantas vezes eu já não toquei o vazio,
    na esperança de te sentir.
    Quantas vezes eu já não ergui minha mão,
    com vontade de acariciar teu rosto ... ou secar uma lágrima.
    Quantas vezes eu não fechei os meus olhos,
    para poder visualizar tua boca sorrindo...
    enquanto eu sentia que tu
    sorria... do outro lado.

    Sinto tanto a tua falta...
    Falta do teu calor...
    Falta dos teus beijos...
    Falta do teu olhar...

    Mas a tua voz me aquece , me acaricia ,
    me embala nas minhas noites vazias...
    E a esperança preenche meus sonhos.
    A esperança de que não tarde o próximo dia em que vamos nos encontrar.
    E de que não tarde, o dia em que não vamos mais nos separar.


    Nome:Alfredo H Kruger Junior
    serie:2ºB

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  51. Não te amo

    Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
    E eu n'alma --- tenho a calma,
    A calma --- do jazigo.
    Ai! não te amo, não.

    Não te amo, quero-te: o amor é vida.
    E a vida --- nem sentida
    A trago eu já comigo.
    Ai! não te amo, não!

    Ai! não te amo, não; e só te quero
    De um querer bruto e fero
    Que o sangue me devora,
    Não chega ao coração.

    Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
    Quem ama a aziaga estrela
    Que lhe luz na má hora
    Da sua perdição?

    E quero-te, e não te amo, que é forçado,
    De mau, feitiço azado
    Este indigno furor.
    Mas oh! não te amo, não.

    E infame sou, porque te quero; e tanto
    Que de mim tenho espanto,
    De ti medo e terror...
    Mas amar!... não te amo, não.

    Almeida Garrett


    Diogo Rinaldo 2º B nº 16

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  52. A Confederação dos Tamoios

    Como da pira extinta a labareda,
    Ainda o rescaldo crepitante fica,
    Assim do ardente moço a mente acesa
    Na desusada luta que a excitara,
    Ainda,alerta a escaldada se revolve!
    De um lado e de outro balanceia o corpo,
    Como após da tormenta o mar banzeiro;
    Alma e corpo repouso achar não podem.
    Debalde os olhos cerram;a igreja,as casas,
    A vila,tudo ante ele se apresenta.
    Das preces a harmonia inda murmura
    Como um eco longínquo em seus ouvidos.
    Os discursos do tio mutilados,
    Malgrado seu,assaltam-lhe a memória.
    No espontêneo pensar lançada a mente,

    Redobrando a força,qual redobra
    A rapidez do corpo gravitou,
    Vai discorrendo,e achando em seus arcanos
    Novas respostar ás razões ouvidas.
    Mas a noite declina,e branda aragem
    Começa a refrescar.Do céu os lumes
    Perdem a nitidez desfalecendo.
    Assim já frouxo o Pensamente do índio,
    Entre a virgília e o sono vagueando,
    Pouco a pouco se olvida,e dorme,sonha

    Como imóvel na casa entorpecida,
    Clausura da á crisálida recobra
    Outra vida em silêncio,e desenvolve
    Essas ligeiras asas com que um dia
    Esvoaçará nos ares perfumados,
    Onde enquanto réptil não se elevara;
    Assim a alma,no sono concentrada,
    Nesse mistério que chamamos sonho,
    Preludiando a vista do futuro,
    A póstuma visão preliba ás vezes!
    Faculdade divina,inexplicável
    A quem só da matéria as leis conhece.

    Ele sonha...Alto moço se lhe antolho
    De belo e santo aspecto,parecido
    Com uma imagem que vira atasa a um tronco,
    E de sera o corpo traspassado,
    Num altar desse templo,onde estivera,
    E que tanto na mente lhe ficara,
    -''Vem!'' lhe diz ele e ambos vão pelos ares.
    Mais rápidos que o raio luminoso
    Vibrado pelo sol no veloz giro,
    E vão pousar no alcantilado monte,
    Que curvado domina a Guanabara.

    Cerrado nevoeiro se estendia
    Sobre a vasta extensão de espaço em torno,
    Cobertando o verdor da imensa várzea;
    E o topo da montanha sobranceiro
    Parecia um penedo no Oceano.

    Mas o velário de cinzeta névoa
    Pouco a pouco,subindo adelgaçou-se,
    E rarefeito enfim,em brancas nuvens.
    Foi flutuando pelo azul celeste.

    Que grandez!Que imensa majestade!
    Que espantoso prodígio se levanta!
    Que quadro sem igual em todo o mundo,
    Onde o sublime e o belo em harmonia
    O pensamente e a vista atrai,enleva
    E faz que o coração extasiadp
    Se dilate,se expanda,e bata,e impila
    O sangue em borbotões pelas artérias!
    Os olhos encantados se exorbitam,
    Como as vibradas cordas de uma lira,
    De alto prazer os nervos estremecem;
    E o espírito pairando no infinito,
    De belo nos arcanos englofado,
    Parece alar-se das prisões do corpo.

    Niterói! Niterói! Como é formosa!
    Eu me glorio de dever-te o braço!
    Montanhas,várzeas,lagos,mares,ilhas,
    Prolífica Natura,céu ri dente,
    Léguas e léguas de prodígios tantos.
    Num todo tão harmônico e sublime,
    Onde olhos o verão longe deste Éden?

    autor:Gonçalvez De Magalhães
    Nome:Daiana nº 9 Serie:2ºA
    edu.geral

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  53. site visitado:http://www.anjoempoetasbrasileiros.hpg.com.br/gmagalhaespoemas.htm

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  54. Na ilha por vezes habitada

    Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
    manhãs e madrugadas em que não precisamos de
    morrer.
    Então sabemos tudo do que foi e será.
    O mundo aparece explicado definitivamente e entra
    em nós uma grande serenidade, e dizem-se as
    palavras que a significam.
    Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas
    mãos.
    Com doçura.
    Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a
    vontade e os limites.
    Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o
    sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do
    mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos
    ossos dela.
    Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
    como a água, a pedra e a raiz.
    Cada um de nós é por enquanto a vida.
    Isso nos baste.

    José Saramago


    yohana nayara de lima 2°B

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  55. Saudades

    Nas horas mortas da noite
    Como é doce o meditar
    Quando as estrelas cintilam
    Nas ondas quietas do mar;
    Quando a lua majestosa
    Surgindo linda e formosa,
    Como donzela vaidosa
    Nas águas se vai mirar !
    Nessas horas de silêncio,
    De tristezas e de amor,
    Eu gosto de ouvir ao longe,
    Cheio de mágoa e de dor,
    O sino do campanário
    Que fala tão solitário
    Com esse som mortuário
    Que nos enche de pavor.
    Então - proscrito e sozinho -
    Eu solto os ecos da serra
    Suspiros dessa saudade
    Que no meu peito se encerra
    Esses prantos de amargores
    São prantos cheios de dores:
    - Saudades - dos meus amores,
    - Saudades da minha terra !

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  56. Saudades

    Nas horas mortas da noite
    Como é doce o meditar
    Quando as estrelas cintilam
    Nas ondas quietas do mar;
    Quando a lua majestosa
    Surgindo linda e formosa,
    Como donzela vaidosa
    Nas águas se vai mirar !
    Nessas horas de silêncio,
    De tristezas e de amor,
    Eu gosto de ouvir ao longe,
    Cheio de mágoa e de dor,
    O sino do campanário
    Que fala tão solitário
    Com esse som mortuário
    Que nos enche de pavor.
    Então - proscrito e sozinho -
    Eu solto os ecos da serra
    Suspiros dessa saudade
    Que no meu peito se encerra
    Esses prantos de amargores
    São prantos cheios de dores:
    - Saudades - dos meus amores,
    - Saudades da minha terra !

    alex preczenas 2°A n°2

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Obrigada por sua contribuição! Abraços Prof Rosane